quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poesia

Eu sou a própria poesia em forma humana
Muitos tentam me ler
Esquecendo que meus versos não são feitos de palavras
Mas de sentimentos....
E os tantos que tentam me decifrar
Descobrem que para isso é necessário ser poeta
Não aqueles que fazem poesia
Mas os que têm amor e dor
Dor para ser, amor para entender

terça-feira, 6 de abril de 2010

Até que a última gota caia e a última lágrima seque

Deitada aqui, na minha cama quentinha, ouvindo apenas o barulho da chuva, o vento na fresta da janela, que chegava em minha pele, causando um arrepio, que era cessado pelo cobertor que me aquecia. Via um filme para passar o tempo e depois assistia à tv. No Jornal Nacional centenas de mortes eram noticiadas, assim como outras tragédias, que por mais que não tenham levado a morte, feriram gravemente uma parte da população, e essa ferida pode até não ter sido física, mas foi também moral. Pessoas sendo obrigadas a atravessar as ruas com água até o pescoço. Outras tantas vendo suas coisas sendo levadas ou suas casas sendo derrubadas pela água, aquela que deveria ser fonte de vida. Gente desesperada em meio ao caos que a cidade vivia e enquanto isso, eu e muitas outras pessoas acolhidas nas suas residencias, ouvindo as noticias, que não as atingiam e as outras vivenciando cada momento de dor, que essa chuva pôde lhes proporcionar. É estranho ver que em momento algum fomos atingidos, enquanto tantas outras foram o alvo. Nesses momentos é que vemos o quanto somos "felizardos", não é mesmo? Mas e as outras pessoas, por acaso são menos dignas do que nós e por isso merecem tanto sofrimento? É, são nessas horas que nós ficamos cara a cara com a desigualdade que banha nosso país, e é por causa dessa desigualdade, que chuvas como a de hoje causam tantos estragos para uma parte da população, enquanto outra, seleta, não vivencia nenhuma parte dessa tragédia e são afetadas apenas pelo fato de não saírem de casa, mas essa está ali lhe protegendo, até que a última gota caia em seu telhado.

domingo, 4 de abril de 2010

Tudo e nada

Ao meu amor, que grande poderia ser apenas um dos tantos adjetivos que eu poderia lhe atribuir.
Poderia dizer que nosso amor é pleno e sereno, mas que graça teria? O mar sem ondas se torna chato com o passar do tempo, a estrada sem curvas, monótona, e mais ainda, a vida sem obstáculos uma vida sem graça. Afinal, como dizia Fernando Pessoa, o bom mesmo é catar as pedrinhas que estão no nosso caminho para quem sabe um dia construir nosso castelo; que na verdade nunca passará de uma simples casinha.
Por isso, é tão bom afirmar que nosso amor é inconstante e turbulento, sem a vergonha de estar ferindo com aquele paradigma de que para ser amor tudo tem que ser belo e sendo belo se torna eterno. Mas essa inconstancia o torna tão mais digno e bonito, a feiura está no fato de tentarmos embelezá-lo, esquecendo do essencial, a sinceridade. Um amor inconstante, é um amor verdadeiro, e não digo que não exista amor pleno, mas certamento esse amor durará tão pouco, quanto um piscar de olhos, porque depois de um tempo o sentimento se transforma e nisso se torna muito mais comodidade, do que prazer.
O amor esta no fato de se desentender, brigar, e no fim, simplesmente, amar. Porque amar é amar, independente de tudo e como se não houvesse nada.