quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

TEXTO DA COLAÇÃO - 3ª A

     Não sei direito como começar. Falar sobre o nosso dia-a-dia seria chato demais. E falar sobre a união da turma seria, de certa forma, hipocrisia. É claro, não podemos negar que mesmo que não fôssemos unidos, passamos o último ano da primeira fase de nossas vidas juntos e portanto, temos uma ligação. É difícil falar da nossa turma como um conjunto, até porque passamos grande parte do tempo fragmentados. Durante todo o tempo, tentou-se fazer com que compartilhássemos opiniões e chegássemos a uma ideia final juntos. Mesmo sabendo, que todos têm o direito de pensar de formas diferentes e por isso, foi tão difícil chegarmos a um acordo. As meninas mesmo, quantas vezes tentaram fazer com que juntos tomássemos as decisões para que não tivessem pessoas desagradadas com a decisão final. Mas na nossa turma, quase tudo se transformava em uma tarefa impossível de ser realizada.
      Apesar disso, com certeza, cada um de nós tem momentos marcantes guardados para si, afinal rimos com as piadas, com as brincadeiras dos meninos, nos apoiamos quando foi necessário, até porque na hora do desespero todos viram amigos. E foi isso que aconteceu, nos ajudamos e passamos tanto os momentos bons, como os ruins juntos. Podemos até ter começado mal, cada um no seu canto, com um muro dividindo a turma, mas tenho certeza que ao final desse ano, conseguimos nos aproximar e ter uma turma mais unida, mesmo que ainda não totalmente. Acho que com o passar do tempo, com os dias juntos, as dificuldades e as alegrias compartilhadas fizeram com que as diferenças se tornassem pequenas demais e  com isso redefinimos nosso olhar diante do outro.
      É difícil de acreditar, mas o ano que imaginávamos que passaria lento e dolorosamente passou tão rápido e já estamos aqui, hoje, no dia da colação. Passamos tanto tempo querendo que as provas e toda aquela rotina acabassem e esquecemos que junto a ela, as pessoas que estavam sempre presentes, não farão mais parte do nosso dia-a-dia. Desejamos esse fim todos os dias, pensando no que viria a partir daqui, e como a mudança seria uma forma de renovar a rotina de todos esses anos, afinal de agora em diante teremos novos desafios, e uma estrada a ser construída e percorrida. Porém, agora que chegamos ao fim dessa etapa, nos deparamos com a realidade, novas pessoas irão entrar em nossas vidas, e isso é ótimo, mas há também aqueles que irão sair, e hoje ou amanhã só farão parte de nossas lembranças.  Mas enfim, isso faz parte do futuro, e não tem ninguém aqui capaz de prevê-lo, até porque sabemos que verdadeiras amizades enfrentam o tempo e tudo  o que houver,  permanecendo vivas em nossos corações. 
     Muitos estão aqui nesse colégio há mais de uma década, construíram o que são e como vêem o mundo, além de terem aprendido a respeitar o outro e a formar com ele laços. Por isso, vemos hoje aqui amizades que se formaram no Jardim de Infância ou outras que foram construídas ao longo dos anos. O fato é que, para a maioria de nós, esse colégio não faz parte apenas do 3º ano, mas é o lugar onde passamos grande parte de nossas vidas e por isso, temos um forte vínculo com ele. E para aqueles que foram entrando depois não é diferente, porque querendo ou não já fazemos parte desse colégio e da história dele.
     Hoje celebramos o fim da primeira etapa das muitas que ainda iremos passar. Sabemos que tudo o que vivemos esse ano, ou ao longo de todos esses anos, faz parte de nossa história e das nossas lembranças, e por isso, daqui a alguns anos, quando olharmos para a foto de turma, lembraremos, mesmo que vagamente, daquilo que vivemos juntos e daqueles que não importa o motivo estiveram sempre ao nosso lado. Talvez alguns, não estarão em nossas memórias, mas eles, sem dúvidas, fazem parte da nossa história também.
     Gostaria de terminar com um texto de Cora Coralina, que para alguns não fará sentido nenhum, mas para mim se encaixa perfeitamente na mensagem que eu queria passar: aproveitar o tempo e os momentos que passamos com aqueles que nós amamos, para que tudo o que vivemos permaneça sempre vivo em nós e naqueles com quem compartilhamos esses momentos.

       Saber Viver
“Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais para nós,
Mas sei que nada do que vivemos
 Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes, basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar.”

segunda-feira, 29 de novembro de 2010



E então, descobri o mundo. A partir desse dia, pude começar a descobrir a mim mesma. Decifrar cada parte. Não seria mais uma rápida espiada, mas pude aprofundar-me e ver que lá no fundo, ainda existe o que se procurar. E quem sabe um dia, achando o resto do que está em mim, eu possa descobrir quem eu realmente sou. Ou até mesmo, formar uma identidade qualquer. Quem sabe eu possa mudar o mundo. Ou talvez, ele possa me mudar...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vontade

Que vontade é essa dentro do meu peito, que tenta escorrer por cada parte do meu corpo. Que vontade é essa que deseja sair correndo por entre os campos, onde as flores desabrocham por entre os verdes. Ah, que vontade é essa que tenta sair e nao consegue, que pula, samba, mas não consegue ir embora. Que tenta deslizar por entre as curvas, e desvendar o caminho para a liberdade. Ela não consegue, ela não sai, ela não vai... Ela, simplesmente fica, ficará, eternizará. E quanto ao tempo.. Ah, ele nem mesmo importa agora, afinal tão mais importante se faz o mistério de descobrir quem é ela. Que quer ter vida, quer me deixar, mas que não me larga por um instante. Ah, essa vontade, não dá e passa, mas marca. Marca tanto, que está aqui. E morrerá aqui.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Por que explicar?

Porque tudo o que eu preciso contar é sobre você... Meus dias com você, meus sentimentos por você, o como me sinto viva ao seu lado e o quão bem você me faz a cada dia. Sem porquê nem pra que, mas a verdade é que você domina meus pensamentos, minha inspiração é você. E por que então eu haveria de falar sobre outra coisa, se você já me basta?
Sei, parece meio repetitivo tudo isso, mas o que posso fazer se só você importa? Os outros são só os outros, como dizem por aí... Amar, talvez seja isso. Mas também, por que tentaria explicar se já o sinto? O amor está aqui, suave como uma brisa e às vezes, até mesmo, forte como um furacão. Talvez seja isso. Eu não sei. Mas também... pra que saber? Se o que nos basta é apenas amar? Explicar não nos vale, já que vivê-lo é tão melhor.
Só quem o vive entende, então, por que explicar?

terça-feira, 13 de julho de 2010

É você

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Espaços vazios. Preciso tanto preenchê-los. Com sentimentos, pensamentos, enfim, com ideias, valores, princípios, eu. Não sei quanto tempo levará. Talvez nunca conseguirei tapar todos os buracos que existem. Será que alguém já conseguiu? Nós vivemos sempre tentando encontrar soluções e verdades para preenchermos nossas vidas, mas a verdade é que muitos desses buracos precisam estar ali para que nós possamos ter um sentido para viver. Caminhos, escolhas. São esses os pontinhos que faltam. Mas quer saber, por que deveríamos estar completos? Buscamos a todo instante tudo aquilo que possa nos completar, sem percebermos que a única coisa que nos completa somos nós mesmos. A felicidade que nós sentimos, o amor que vive em nós, o conhecimento que adquirimos, a harmonia interior... Tudo depende de nós. Os outros estão aí para nos acompanhar, nos ajudar, não para que haja dependêcia. A vida é sua, os espaços são seus, os pontinhos.... Vá buscá-los! Mas sem esquecer, que tudo é seu, depende de você, é você.

sexta-feira, 18 de junho de 2010



No Coração, Talvez

No coração, talvez, ou diga antes:
Uma ferida rasgada de navalha,
Por onde vai a vida, tão mal gasta.
Na total consciência nos retalha.
O desejar, o querer, o não bastar,
Enganada procura da razão
Que o acaso de sermos justifique,
Eis o que dói, talvez no coração. 

(José Saramago) 


Homenagem a aquele que sempre estará conosco através de suas palavras. 
18/06/2010 - Morte de José Saramago

sábado, 8 de maio de 2010

Nós somos capazes, sempre!

"Sonhos acabam... dando lugar a novos sonhos e como todo sonho novo é regado de novidade que fascinam, mexendo com emoções adormecidas. Temos que transformar cada instante em grandes momentos. Eliminar tudo que maltrata o corpo e o espírito. Amadurecer com o aprendizado e nunca desistir de ser feliz. Não importa o que passou... o passado? - guarde na sua lembrança... acredite naquilo que quiser, mas só acreditando no futuro você conseguirá paz para alcançar seus sonhos. Afinal, o que importa? - Você importa! Acredite em VOCÊ "
(Daisaku Ikeda)

Sabe, ao ler esse texto passaram tantas coisas na minha cabeça... Eu tenho tanto que acreditar em mim, mas mesmo assim isso parece tão distante. É tão ruim você não saber se vai conseguir alcançar seus objetivos, mesmo que você se esforce para não deixar escapá-los. O tempo está passando e nem mesmo sei se estou aproveitando-o como deveria. Me sinto confusa, meio burra, sei lá... Muitas vezes parece que eu sou bem confiante, mas isso só esconde o meu medo de falhar. Não falhar em qualquer momento, porque isso é normal e eu não temo. O meu medo é falhar justamente quando o que mais se precisa é acertar. Como se todas as vezes que você acertou não tivesse tido importância, porque esse era o momento; o momento de mostrar o quanto você merece aquilo.
Parecia um tanto quanto palavras de auto ajuda, mas mesmo assim me tocou. Talvez por terem aparecido bem no momento em que eu precisava, na hora em que tudo precisava parecer mais colorido. Esse cinza tava incomodando, não o cinza do presente, porque esse já se encontra como um arco-iris, mas o do futuro, incerto, e portanto, sem cores.
Isso tudo me fez lembrar uma coisa que parecia escondida para mim... Consegui enxergar de novo, bem de longe, um pouco desfocado: "QUEM ACREDITA SEMPRE ALCANÇA". E a partir desse momento percebi que só acreditando em mim e no meu potencial, poderia ter resultados gratificantes. O medo não pode impedir, a incerteza do que irá acontecer não pode nos fazer deixar de ver o que de melhor há em nós. Nós somos capazes, sempre!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poesia

Eu sou a própria poesia em forma humana
Muitos tentam me ler
Esquecendo que meus versos não são feitos de palavras
Mas de sentimentos....
E os tantos que tentam me decifrar
Descobrem que para isso é necessário ser poeta
Não aqueles que fazem poesia
Mas os que têm amor e dor
Dor para ser, amor para entender

terça-feira, 6 de abril de 2010

Até que a última gota caia e a última lágrima seque

Deitada aqui, na minha cama quentinha, ouvindo apenas o barulho da chuva, o vento na fresta da janela, que chegava em minha pele, causando um arrepio, que era cessado pelo cobertor que me aquecia. Via um filme para passar o tempo e depois assistia à tv. No Jornal Nacional centenas de mortes eram noticiadas, assim como outras tragédias, que por mais que não tenham levado a morte, feriram gravemente uma parte da população, e essa ferida pode até não ter sido física, mas foi também moral. Pessoas sendo obrigadas a atravessar as ruas com água até o pescoço. Outras tantas vendo suas coisas sendo levadas ou suas casas sendo derrubadas pela água, aquela que deveria ser fonte de vida. Gente desesperada em meio ao caos que a cidade vivia e enquanto isso, eu e muitas outras pessoas acolhidas nas suas residencias, ouvindo as noticias, que não as atingiam e as outras vivenciando cada momento de dor, que essa chuva pôde lhes proporcionar. É estranho ver que em momento algum fomos atingidos, enquanto tantas outras foram o alvo. Nesses momentos é que vemos o quanto somos "felizardos", não é mesmo? Mas e as outras pessoas, por acaso são menos dignas do que nós e por isso merecem tanto sofrimento? É, são nessas horas que nós ficamos cara a cara com a desigualdade que banha nosso país, e é por causa dessa desigualdade, que chuvas como a de hoje causam tantos estragos para uma parte da população, enquanto outra, seleta, não vivencia nenhuma parte dessa tragédia e são afetadas apenas pelo fato de não saírem de casa, mas essa está ali lhe protegendo, até que a última gota caia em seu telhado.

domingo, 4 de abril de 2010

Tudo e nada

Ao meu amor, que grande poderia ser apenas um dos tantos adjetivos que eu poderia lhe atribuir.
Poderia dizer que nosso amor é pleno e sereno, mas que graça teria? O mar sem ondas se torna chato com o passar do tempo, a estrada sem curvas, monótona, e mais ainda, a vida sem obstáculos uma vida sem graça. Afinal, como dizia Fernando Pessoa, o bom mesmo é catar as pedrinhas que estão no nosso caminho para quem sabe um dia construir nosso castelo; que na verdade nunca passará de uma simples casinha.
Por isso, é tão bom afirmar que nosso amor é inconstante e turbulento, sem a vergonha de estar ferindo com aquele paradigma de que para ser amor tudo tem que ser belo e sendo belo se torna eterno. Mas essa inconstancia o torna tão mais digno e bonito, a feiura está no fato de tentarmos embelezá-lo, esquecendo do essencial, a sinceridade. Um amor inconstante, é um amor verdadeiro, e não digo que não exista amor pleno, mas certamento esse amor durará tão pouco, quanto um piscar de olhos, porque depois de um tempo o sentimento se transforma e nisso se torna muito mais comodidade, do que prazer.
O amor esta no fato de se desentender, brigar, e no fim, simplesmente, amar. Porque amar é amar, independente de tudo e como se não houvesse nada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Luz

Hoje ao ver o nascer do sol senti algo diferente. Era como se aquela luz que invadia a minha janela, não estivesse só entrando na minha casa, mas entrando na minha vida. Como se meu caminho estivesse sendo iluminado, como se essa luz pudesse purificar o meu ser.
Era uma sensação estranha, já que agora tudo parecia ser claro e portanto fácil, como se toda a escuridão que existia em minha vida tivesse evaporado, se transformado em cinzas e agora só restavam raios de sol. Raios de sol que poderiam incendiar qualquer coisa que me fizesse fugir do meus trilhos e que fariam de tudo para que eu não errasse mais o meu caminho.
Eu sei, era difícil crer que aquela menina considerada por todos a errada pudesse ter decidido de uma vez por todas deixar os erros do passado pra lá e se transformar em alguém diferente. Não, não era diferente porque só iria acertar, mas diferente porque pensaria nos seus atos e em todas as consequências que eles poderiam causar. É, o dia esperado chegou, agora é hora de ser madura, a responsabilidade estava batendo em sua porta, e por mais que ela quisesse não poderia mais fugir disso. Quando ela vem ao nosso encontro, não há saída de emergência, a única maneira é abrir a porta e deixar que ela entre e fique a vontade.
Ah, essa responsabilidade, parece ser tão dura com nós mesmo, tão chata e persistente e por isso mesmo, nem que nós tentássemos poderíamos escapar dela.
Então, foi nessa manhã, que eu senti sua presença se aproximando. Era como se hoje, de uma vez por todas eu tivesse percebido que agora era hora de repensar tudo o que eu já havia feito de errado para que eu pudesse ser uma nova pessoa. Não pelo outros, mas por mim mesma.